Um incêndio na noite de domingo (10) atingiu a mais antiga igreja ortodoxa do Brasil, na região da rua 25 de Março, centro de São Paulo (SP), onde historicamente se concentravam os imigrantes de origem árabe da cidade. O fogo teve início em um prédio comercial de dez andares próximo e logo alcançou a centenária matriz da paróquia ortodoxa antioquina da Anunciação a Nossa Senhora. Segundo o pároco Paisios Dias, 80% da estrutura do templo foi destruída.
O incêndio começou por volta das 21h de domingo e foi controlado na manhã de segunda-feira (11). As chamas se alastraram para outras duas lojas, um prédio de seis andares e a igreja.
“A igreja está totalmente danificada. Ela foi totalmente queimada. Perda quase total. O teto desabou, e o forro caiu com o fogo. Conseguimos salvar e retirar alguns ícones religiosos, mas além do valor material, o que se perde é o valor histórico. Ela é a primeira igreja ortodoxa do Brasil”, disse ao G1 o pároco Paisios Dias. Ele contou ainda que “a pia batismal foi destruída por uma parede que caiu sobre ela e destruiu os bancos também”. “Só sobrou o altar”, disse.
A igreja ortodoxa antioquiana da Anunciação a Nossa Senhora começou a ser construída em 1900 por membros da comunidade sírio-libanesa na rua Itobi (atual rua Cavalheiro Basílio Jafet), em São Paulo. Foi consagrada em 1904. Pertenceu à arquidiocese ortodoxa antioquina de São Paulo e de todo o Brasil.
“A Igreja da Anunciação a Nossa Senhora, no centro antigo da grande metrópole de São Paulo nos remete à história de uma das maiores imigrações que nosso país já presenciou”, afirma o site da arquidiocese. “Hoje, como um marco histórico, continua sua presença e atuação junto da comunidade que a cerca, não só de sírios e libaneses, mas também de brasileiros que por ela passam para fazer suas orações”, acrescenta.
Edilon Pinheiro, sacristão da catedral metropolitana da arquidiocese que cuida das igrejas ortodoxas em São Paulo, disse ao G1 que a igreja da Anunciação a Nossa Senhora guardava “um patrimônio histórico da colônia síria e libanesa no Brasil”. “Os arquivos dela são grandes e têm informações da religião e história do nosso povo”, declarou. Segundo ele, todos ficaram “muito tristes” com o incêndio que atingiu a igreja histórica.
Fonte: ACI Digital
